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17/09/2020 as 10h03 / Por (Correio do Estado)

Queimadas e seca fizeram quadruplicar poluente no ar de Mato Grosso do Sul

Dados de satélites mostram que concentração de dióxido de nitrogênio cresceu em setembro, no comparativo com outros meses deste ano<br />

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  • - Fumaça das queimadas se mistura com névoa seca causada pela falta de chuva no Estado - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado
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A concentração de poluentes no ar de Mato Grosso do Sul cresceu muito em setembro. Grande parte em virtude das queimadas na região do Pantanal e também em outras áreas. 

De acordo com dados de satélite, só de dióxido de nitrogênio, houve uma concentração quatro vezes maior este mês no Estado.

Segundo o físico Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), entre os principais poluentes do ar está o material particulado (conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho). 

Nessa categoria, as partículas PM2,5, que são as mais finas, causam mais danos à saúde.

“Nesses locais de queimadas as pessoas ficam sujeitas a esse nível de poluição, ou seja, por essas partículas finas. Então, isso aumenta uma série de problemas para quem tem problemas respiratórios e os idosos. Além desse [poluente], tem o monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e outros gases”, explicou Fernandes.

Dados de satélite analisados pelo físico mostram que houve aumento de todos os poluentes, principalmente do dióxido de nitrogênio, um dos principais poluentes da atmosfera e que oferece riscos à saúde e ao meio ambiente.

“Com dados de satélite dá para verificar que houve uma piora, que se deve também às queimadas do Pantanal, mas também às queimadas próximas, como as queimadas urbanas e a própria ressuspensão das partículas por causa do tempo estar muito seco, a qual também aumenta nesse período, ou seja, não bastam as queimadas, você tem a suspensão por vento. É um somatório de fatores”, afirmou o físico.

Em altas concentrações, o dióxido de nitrogênio pode provocar pneumonia química retardada, edema pulmonar, irritação da mucosa do nariz (coriza) e danos severos aos pulmões – semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar –, a exposição contínua pode causar diminuição permanente das funções pulmonares.  

Conforme o pesquisador, nesta época do ano é comum a qualidade do ar ficar bastante afetada no Norte e Centro-Oeste do País. 

“Os principais poluentes que afetam a qualidade do ar, por causa das queimadas, são as partículas, principalmente o MP2,5; CO; NO2; e com a radiação solar do ozônio. As partículas de aerossol emitidas pelas queimadas, com um tempo de residência na atmosfera da ordem de dias, durante a estação seca, compõem uma espessa camada de fumaça sobre essas regiões do Brasil”.

Previsão
A umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul chegou a 8% nesta semana, por causa da onda de calor que atingiu o Estado, o que também contribuiu para uma péssima qualidade do ar.

Para os próximos dias, a boa notícia é de que há previsão da chegada de uma frente fria que poderá trazer chuva para Mato Grosso do Sul. 

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), na sexta-feira, uma frente fria atuará no Uruguai e avançará no sábado para o Brasil, trazendo condições de chuva entre Santa Catarina e o Paraná e até o norte da Argentina e o sul da Bolívia. 

Com isso, há possibilidade de chuva no extremo sul e oeste de São Paulo e o sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul.

No domingo, com o avanço da frente fria, a instabilidade também se alinhará entre o Estado e centro-sul de Mato Grosso, com pouca chuva. 

Durante a segunda-feira, é esperado céu parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuvas isoladas, e na terça-feira as chuvas se espalham em todas as áreas do Estado.  

Para hoje a previsão é de céu claro a parcialmente nublado em todas as regiões, sem expectativa de chuva no Estado. 

A umidade relativa do ar será baixa em todas as regiões, a variação está estimada entre 15% e 55% ao longo do dia, com porcentagens menores estimadas nas regiões noroeste, norte, central e bolsão. Mato Grosso do Sul ainda terá elevadas temperaturas, que podem variar de 16°C a 41°C, com grande amplitude térmica. 

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