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28/07/2021 as 13h29 / Por ()

Planta da Suzano faz Ribas 'pegar fogo' e virar manchete na Folha de São Paulo

O ilustre empresário Linto Vilmar Ferreira também foi destaque

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Deu na edição impressa e eletrônica da Folha de São Paulo nesta quarta-feira, dia 28, a mudança da paisagem que vem acontecendo em Ribas do Rio Pardo (MS) desde que a Suzano S.A oficializou o início das obras da fábrica de celulose no município.

A reportagem especial assinada pela jornalista Silvia Firas destaca a cidade como um ‘novo eldorado’ do Brasil e também os novos investimentos que vão desde a construção de hotéis e do primeiro edifício, um residencial de 5 andares.

O ilustre, comunicativo, folclórico, simpático e caricato empresário Linto Vilmar Ferreira também foi destaque, veja:

Planta da Suzano prevista para 2024 já altera paisagem em Ribas, no MS

Do alto do sobrado tríplex, o corretor de imóveis Linto Vilmar Ferreira observa as obras em andamento em Ribas do Rio Pardo, município a 97 km de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. "A coisa aqui pegou fogo", afirma o corretor.

O imóvel de Ferreira é o mais próximo do que se poderia classificar como edifício na cidade de pouco mais de 25 mil habitantes, mas vai perder esse status em breve para um prédio residencial de cinco andares em construção.

Ribas vem se transformando desde maio, quando foi anunciado o "Projeto Cerrado", da nova fábrica de papel e celulose da Suzano. Com investimento de R$ 14,7 bilhões, a planta deve gerar 3.000 empregos diretos e indiretos.

A empresa, que já tem uma unidade em Três Lagoas, estima ampliar em 20% sua atual capacidade de produção, de 10,9 milhões de toneladas de celulose por ano. A previsão é que a produção comece no primeiro trimestre de 2024.

A obra está na fase de terraplanagem, mas já atrai investidores de olho na movimentação que deve gerar. Além do residencial, um hotel e três alojamentos estão sendo construídos para atender os trabalhadores e futuros funcionários.

O boom provocado pelo setor da celulose em Ribas do Rio Pardo é semelhante ao ocorrido no início dos anos 2000 em Três Lagoas (MS), onde estão instaladas uma unidade da Eldorado Brasil e duas fábricas da Suzano.

Dados do governo estadual indicam que o setor é responsável por cerca de 12 mil empregos, 5.500 diretamente envolvidos na fabricação.

"Nossa estratégia é mudar o perfil de produção agropecuária, avançando em outras culturas", afirma Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

A movimentação para atrair o interesse das indústrias começou em gestões anteriores. Além das plantas em Três Lagoas, há uma indústria de MDF (placas de madeira) em Água Clara, município próximo à divisa com São Paulo. A base florestal representa 7% do PIB do Estado, com receita bruta de R$ 10 bilhões, segundo dados de 2019 do IBGE.

Mato Grosso do Sul tem atualmente 1,240 milhão de hectares de área plantada de eucaliptos, a segunda maior do país. Segundo Verruck, o estado deve ultrapassar Minas Gerais em dois anos.

A produção anual em Mato Grosso do Sul fica entre 30 e 35 milhões de metros cúbicos de madeira. O consumo varia de 20 a 22 milhões de metros cúbicos, na produção de celulose ou como fonte de energia na siderurgia. "Temos as condições adequadas, não é preciso desmatar nada, são áreas de pastagens transformadas para produção florestal", diz o secretário.

Outra vantagem, esta apontada por Moacir Reis, diretor da Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), é o preço menor da terra, que pode custar 50% menos do que em estados como São Paulo, Paraná ou Minas Gerais.

No caso de Ribas do Rio Pardo, além do terreno arenoso propício para produção, há também o fator logístico, favorável até em relação a Três Lagoas. A distância entre as áreas de plantio e da futura usina é menor, o que reduz o custo do transporte primário (para retirar a madeira das florestas e levar à área de acesso aos caminhões) e do principal (dali até as fábricas de transformação).

O transporte final da celulose também é beneficiado. "É preciso pensar como escoar essa produção de maneira eficiente e segura para garantir a exportação. Há alternativas interessantes para levar ao terminal de Santos", diz Aires Galhardo, diretor de celulose industrial, engenharia e energia da Suzano. Ele cita como exemplo o rio Pardo, que oferece condições de escoamento da carga sem problemas de oscilação de vazão.

A Eldorado Brasil também tem planos de expansão da fábrica de celulose em Três Lagoas. O projeto Vanguarda 2.0 estima investimento de R$ 10 bilhões, o que pode gerar 20 mil empregos diretos e indiretos e chegar à produção de 2,5 milhões de toneladas/ano.

A pedra fundamental foi lançada em 2015, mas o processo entrou em compasso de espera com a batalha judicial travada em torno da transferência da Eldorado Paper e Celulose. Na disputa, estão a J&F Investimentos, holding controladora dos negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e a empresa de origem indonésia Paper Excellence.

Em meados deste mês de julho, a Justiça de São Paulo liberou o processo de transferência, mas a disputa continua. A reportagem entrou em contato com a empresa para saber dos investimentos, mas a informação é que a Eldorado não iria se manifestar.

Em Ribas, o prefeito João Alfredo (PSOL) contabiliza 1.500 novos empregos com a obra da Suzano e espera chegar a 10 mil no pico da construção, previsto para agosto de 2022.

A arrecadação tributária, hoje de R$ 120 milhões/ano, deve duplicar até 2024, mas o prefeito espera reflexos já no ano que vem. A chegada da indústria também acarretará aumento populacional estimado em mais 10 mil pessoas em prazo de até oito anos. "Já estamos nos preparando, projetando ampliação de hospital, pedindo mais policiamento, para ter infraestrutura."

Do sobrado, o corretor Linto Ferreira também comemora a venda de loteamentos e aluguéis com preços dobrados devido à alta da demanda. "Se a cidade for para frente, eu também vou para a frente."

Por Silvia Frias/Folha De São Paulo

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